Mulheres na ciência: inspiração e contribuições que marcaram a história

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31 | 01 | 2024

Talvez você não saiba, mas 11 de fevereiro é considerado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi implementada pela Unesco, em 2015. O objetivo é simples: ressaltar e celebrar as realizações das mulheres na ciência e inspirar jovens estudantes a seguirem essa carreira.

Muitas vezes, os homens recebem todo o mérito. No entanto, várias pesquisas feitas por mulheres fizeram história, como a estrutura do DNA e a programação de computadores. Inclusive, algumas delas vieram do autodidatismo.

Ainda assim, somente 30% das pessoas que trabalham na área científica são mulheres, segundo a Unesco. Esse cenário precisa mudar. Por isso, reunimos algumas histórias inspiradoras para você se animar. Que tal conferir?

Mulheres na ciência: um chamado para a ação

Mais do que uma data, o dia 11 de fevereiro precisa ser um verdadeiro chamado para a ação. As mulheres na ciência ainda são minoria, apesar de estarem presentes nos laboratórios, bibliotecas e salas de aula há bastante tempo.

Para ter uma ideia, no século 21, as mulheres se tornaram a maioria em número de matrículas. As inscrições relativas ao sexo feminino representam 57% na graduação, 55% nos mestrados e 53% nos doutorados.

Já em relação às bolsas, os dados são:

  • 55% de mulheres na iniciação científica;
  • 52% no mestrado;
  • 50% no doutorado;
  • 53% no pós-doutorado;
  • 36% em produtividade e pesquisa;
  • 25% em produtividade 1A e sênior.

Esses números são positivos, mas ainda é preciso melhorá-los. As mulheres na ciência voltam a ser minoria como pesquisadoras. No total, representam 46% dos professores universitários e 42% dos líderes de grupos de pesquisa.

Por isso, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é tão relevante. Afinal, a ideia é promover a igualdade de gênero no acesso à ciência.

Além disso, a proposta é enfrentar os desafios e permitir que as mulheres na ciência possam participar de todas as áreas. Por exemplo, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas.

Tudo isso passa por um aprendizado contínuo, preconizado pelo lifelong learning. Dessa forma, as mulheres podem se destacar na ciência e ainda fazerem várias descobertas. Nesse sentido, há várias contribuições e exemplos de inspiração. Veja quais são alguns dos principais:

Maria Sibylla Merian: a naturalista visionária

A naturalista alemã Maria Sibylla Merian estudou plantas e insetos, e ainda fez desenhos detalhados de sua anatomia. Ela foi uma das primeiras da área a ter essa observação diária, o  que a levou à publicação do seu primeiro livro, em 1675.

Ela também registrou todos os processos de metamorfose que ocorrem na natureza e as plantas hospedeiras de 186 espécies de insetos europeus. Sem contar que também pesquisou sobre esses animais em clima tropical.

Em 1699, viajou para o Suriname e fez vários estudos. Isso levou à publicação de uma obra, em 1705, que influenciou vários naturalistas do mundo todo. Ou seja, se hoje sabemos sobre insetos e entendemos seus principais detalhes, muito da responsabilidade é derivada dessa mulher cientista visionária.

Marie Curie: radioatividade e duas vezes Prêmio Nobel

Marie Curie é muito conhecida até hoje nas áreas do conhecimento de física e química. Ela é reconhecida por ganhar o Prêmio Nobel duas vezes, uma em cada um desses setores de atuação. Inclusive, foi a primeira mulher a receber essa premiação.

Ela também foi a primeira mulher a ser docente na Universidade de Paris. Muitos desses resultados foram obtidos devido ao estudo da Teoria da Radioatividade. Ela mesma cunhou esse termo para se referir à pesquisa feita com seu marido, Pierre Curie.

A polonesa descobriu os elementos químicos rádio e polônio. Também criou técnicas de isolamento de isótopos radioativos. Essas conquistas fizeram com que ela acabasse se intoxicando e falecendo.

Mesmo assim, deixou um trabalho incrível e registrou seu nome na ciência. Inclusive, permitiu a realização de várias pesquisas posteriores, o que levou à evolução do conhecimento. Como homenagem, seu corpo foi sepultado no Panteão Paris, em 1995, devido aos méritos obtidos.

Rosalind Franklin: DNA e estrutura molecular

Talvez, o nome de Rosalind Franklin não seja conhecido por você, mas sua pesquisa é notória. Ela descobriu a estrutura do DNA e contribuiu para entender todo o ordenamento do RNA.

O nome dessa mulher da ciência acabou sendo relativamente apagado, porque sua contribuição nos estudos de dupla hélice do DNA não foi reconhecida. O problema ocorreu quando, em 1952, ela obteve imagens de raio-X excepcionais, que permitiram visualizar a molécula por meio da difração.

Ela guardou esse segredo a 7 chaves, porque as mulheres na ciência eram relegadas a segundo plano. No entanto, seu colega de laboratório Maurice Wilkins compartilhou as imagens com dois concorrentes sem o consentimento de Rosalind.

Com isso, os pesquisadores uniram essa informação ao conhecimento que já tinham e publicaram a proposta de estrutura na revista Nature. Eles foram consagrados como os cientistas que desvendaram o DNA, mas nunca citaram Rosalind.

Em 1958, ela faleceu devido à exposição excessiva à radioatividade. Quatro anos depois, os cientistas que publicaram na Nature receberam o Prêmio Nobel de Medicina. Ela ainda não havia sido reconhecida, mas atualmente tem seu legado bem definido.

Dessa forma, ofereceu uma grande contribuição para a biologia molecular. Isso levou à descoberta de doenças e benefícios para milhões de pessoas ao redor do mundo.

Mayana Zatz: bióloga molecular e geneticista brasileira

A bióloga molecular e geneticista nasceu em Israel, mas tem nacionalidade brasileira. Ela fez seu mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP), e o pós-doutorado na Universidade da Califórnia (EUA).

Toda sua pesquisa acadêmica é focada em distrofias musculares progressivas, inclusive sendo fundadora da Associação Brasileira de Distrofia Muscular. Até 2021, Mayana já havia publicado 377 trabalhos científicos e mais de 250 artigos.

Ela também é membro da Academia Brasileira de Ciências e recebeu a grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2000. Um ano depois, recebeu o prêmio L’Oréal-Unesco para mulheres na ciência.

Viviane dos Santos Barbosa: a ciência para o meio ambiente

A brasileira Viviane dos Santos Barbosa fez química industrial na Universidade Federal da Bahia (UFBA) por dois anos. Após, ela foi para a Holanda e estudou bioquímica e engenharia química na Delft University of Technology.

Com seus estudos, desenvolveu um produto catalisador mais sustentável. Ele reduz a emissão de gases poluentes e, assim, contribui para o meio ambiente.

Essa pesquisa é tão importante que recebeu uma premiação máxima em uma conferência na Finlândia, em 2010. Na época, Viviane concorreu com 800 pesquisadores e foi o grande destaque.

Ada Lovelace: pioneira na programação de computadores

A Condessa de Lovelace foi uma escritora e matemática inglesa do século 19. Ela foi fundamental para a programação, porque escreveu o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina. Na época, era a máquina analítica de Charles Babbage.

A partir dos algoritmos criados por Ada Lovelace, as funções matemáticas eram computadas. Isso fez com que ela fosse reconhecida como a primeira programadora da história.

Ela também elaborou uma visão de que as máquinas podiam fazer mais do que calcular ou processar números. Ou seja, ela já imaginava o computador.

Todas essas histórias demonstram que é essencial a participação de mulheres na ciência. Afinal, seu detalhismo, capacidades de observação e analítica, e visão de futuro permitiram descobertas impressionantes, que geraram muitas das evoluções que temos atualmente.

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