Ambiente escolar: a diferença entre o passado e o futuro

Estudo
10 | 05 | 2023

Pode-se dizer que é possível aprender em qualquer situação. No entanto, a criação do ambiente escolar foi um marco relevante na história da educação. Afinal, permitiu que o ensino passasse a ser formalizado e estruturado.

Mais do que isso, o movimento trouxe a democratização do ensino ao longo dos anos. Ou seja, se no passado a educação era voltada aos nobres, ela começou a abranger um número maior de pessoas, de todas as classes e níveis sociais.

Atualmente, tornou-se o principal instrumento de ascensão social, melhoria da qualidade de vida e aumento do capital intelectual individualizado. Ou seja, o ambiente da escola é o lugar certo para, além de aprender os conteúdos formais, desenvolver:

Para entender o contexto, conheça a linha do tempo das escolas e saiba como era no passado e como deverá ser no futuro, a partir do cenário atual. Acompanhe!

O surgimento da “escola”

A palavra “escola” surgiu do grego scholé, que significa “lugar do ócio”. O termo vem da época em que as crianças eram educadas de modo informal na Grécia Antiga. Ou seja, naquele tempo, não existia a divisão em salas de aula e séries, pois o propósito era apenas aproveitar o tempo livre para refletir.

Assim, os primeiros ambientes escolares foram criados por vários filósofos em toda a Grécia. Cada um dos centros de ensino valorizava uma área do conhecimento, que era seguida pelos discípulos do filósofo-fundador.

Por exemplo, a escola de Isócrates trabalhava a Eloquência, porque ele foi um grande orador. Apesar disso, a história dos ambientes escolares remonta a séculos antes, como veremos em seguida.

A história do ambiente escolar e da educação

Ainda que a educação multitemática tenha surgido somente entre os séculos 19 e 20, o ensino tem uma história mais longa. Entenda como se formou.

4.000 a.C.

Nesse período, a escrita cuneiforme foi desenvolvida, um dos primeiros formatos, sendo repassado de pai para filho a partir de casa.

2.400 a.C.

As primeiras formas de ensino estruturado surgiram, mas ainda não havia o ambiente escolar.

387 a.C.

Platão criou o primeiro lugar semelhante a uma escola. Nesse ambiente, eram estudados filosofia e matemática, sempre por meio de questionamentos. O local ficava sediado nos jardins de Academos, em Atenas. Esse é o motivo pelo qual chamamos faculdade de academia.

343 a.C.

As famílias ricas pagavam um preceptor para direcionar os estudos das crianças. Esse era chamado de “mestre” e detinha vários conhecimentos. Por exemplo, Aristóteles foi o guia de Alexandre, o Grande.

Século 4 a.C.

Aparecem as primeiras escolas, mas ainda não em um modelo antiquado. Esse era um local em que um mestre ensinava:

  • física;
  • gramática;
  • poesia;
  • música;
  • eloquência.

Apesar disso, não existiam salas de aula. Era um formato diferenciado e que permaneceu até o surgimento dos ambientes modernos.

Entre 143 a.C. e 141 a.C.

Surge a escola mais antiga do mundo, na China, mais especificamente em Chengdu. É a Shishi High School, um colégio estadual que funciona até hoje.

859

É criada a primeira universidade do mundo, a de Karueein, em Fez (Marrocos). Ela existe até hoje. No momento de sua fundação, já era dividida em departamentos, sendo que cada um deles trabalhava um conhecimento de área específica.

Século 12

As primeiras escolas no modelo atual são criadas. Elas já tinham carteiras em que os alunos sentavam e professores. Na época, surgiram como uma ação de caridade da Igreja Católica. Quem estudava tinha a oportunidade de aprender a escrever, ler e contar. Além disso, recebia lições de catequese.

No mesmo século, a primeira universidade da Europa era fundada. Foi a Universidade de Bolonha, na Itália. Isso fez com que, nessa cidade, o conhecimento ultrapassasse o clero.

1549

Salvador sedia a primeira escola brasileira. Fundada por jesuítas, ensinava a escrever, a ler e a calcular, além de focar na doutrina católica. No ano seguinte, o jesuíta Leonardo Nunes fundou o segundo colégio, em São Vicente (São Paulo).

1717

Inicia a educação pública na Prússia. A escola foi criada para crianças entre 5 e 12 anos, sendo obrigatória. Mais tarde, foram implementadas leis que proibiam a contratação de pessoas nessa faixa etária que não tivessem concluído o estudo obrigatório.

1792

Surge a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Com o tempo, novos conhecimentos foram agregados, chegando a se tornar a Escola Politécnica da UFRJ. Em 1920, torna-se a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

1808

A Faculdade de Medicina da Bahia torna-se a primeira faculdade brasileira. Posteriormente, em 1887, essa instituição formou a primeira médica, Rita Lobato Velho Lopes.

1827

As primeiras faculdades de direito são criadas. Elas foram a Faculdade de Olinda (Pernambuco) e a do Largo São Francisco (São Paulo).

1912

É fundada a primeira universidade brasileira: a Universidade Federal do Paraná. Essa instituição ganhou o reconhecimento por já ter sido criada nesse formato.

Desde então, o ambiente escolar mudou, muito por conta das leis implementadas no Brasil. Por exemplo, em 1961 é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Além disso, a Constituição de 1989 reforçou a relevância do ensino e destacou que todos têm direito à educação.

No entanto, a área continua mudando, ocasionando estimativas de que escola do futuro terá personalização e investimento tecnológico. Tudo para garantir uma educação inclusiva.

A escola do futuro

A qualidade de ensino se torna cada vez mais relevante na escola do futuro. Isso passa pela capacitação de professores, mas também pela capacidade de entender os diferentes estilos de aprendizagem.

Nesse cenário, o aluno se torna protagonista no processo de ensino. Dessa forma, deixa de ter um papel passivo para ser ativo na construção do próprio conhecimento.

Ao mesmo tempo, o professor deixa de ser o detentor da informação e passa para a função de guia. Assim, adota diferentes metodologias que permitem ao estudante descobrir as respostas, em vez de consumi-las sem questionamentos.

Portanto, isso fará a criança ou adolescente saber como aprender e ir além, visando a aplicação do conhecimento no dia a dia, seja no ambiente corporativo, seja na vida pessoal.

Junto ao processo, existe a digitalização da educação. O movimento já acontecia, mas foi fortalecido durante a pandemia do coronavírus. O desafio é usar as ferramentas para aproximar alunos do conhecimento e incentivar a criação de soluções.

Impactos da tecnologia na educação

As ferramentas tecnológicas podem trazer grandes benefícios ao ensino. Os principais são: 

  • estímulo à autonomia: o aluno protagonista tem uma função ativa na construção dos saberes;
  • aumento da curiosidade: a tecnologia permite usar recursos diferenciados, como a gamificação;
  • melhoria do desempenho: o aumento do engajamento faz com que o estudante assimile as informações e aprenda de forma eficiente.

Ensino personalizado

Existem diferentes tipos de inteligência, e o ambiente escolar do futuro aproveitará todos eles para facilitar a internalização do conhecimento. Se antigamente o ensino era padronizado e o aluno não tinha escolha, o foco agora é aliar conteúdo e prática.

Assim, a lógica da sala de aula muda. O estudante não precisa ouvir o professor de forma passiva o tempo todo, pois tem ferramentas que o ajudam a adaptar o ensino às suas necessidades.

Portanto, é essencial ressaltar que o método de ensino tradicional teve sua relevância, permitindo universalizar a educação e atingir uma grande camada da população. No entanto, com os nativos digitais, atualmente, o modelo se torna insustentável.

A nova geração é imediatista e tem uma dificuldade maior com o foco e a atenção. Dessa forma, é necessário estimular o protagonismo e inovar em sala de aula. Uma forma de fazer isso é pelo mobile learning, que usa dispositivos móveis para a educação a distância.

Ainda existem outras possibilidades. No entanto, o fundamental é entender que as escolas do futuro contribuem para a otimização do aprendizado, pois consideram as habilidades e competências individuais do estudante.

Assim, o ambiente escolar sofrerá algumas mudanças relevantes, até mesmo estruturais. Entre elas estão: 

  • professor terá um papel de orientador;
  • sala de aula será estruturada em rodas, para facilitar os debates, em vez de fileiras;
  • aprendizagem será personalizada, especialmente devido ao uso de tecnologias, como a inteligência artificial e o machine learning;
  • monitoramento de capacidades, habilidades e inclinações do aluno será fundamental para seu desempenho;
  • abordagem será mais inclusiva;
  • ensino tende a ser híbrido, mesclando aulas presenciais e online.

Todas as novas características fazem com que o ambiente escolar seja reestruturado de uma forma única. Assim, incentivando o gosto pelo aprendizado, é possível fortalecer a história da educação. Afinal, é um setor em evolução, e deve permanecer dessa forma.

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